quinta-feira, 24 de junho de 2010

Play: Superguidis

Por Tomaz de Alvarenga

“Bom, todo disco é um recomeço para nós. A gente prefere dizer que esse disco não tem nome, em vez de chamá-lo de Superguidis, como o primeiro. Acho que isso obriga o ouvinte a chamar ele de ‘o terceiro do Superguidis’”. Palavras de Lucas Pocamacha (guitarra e voz), endossado por Andrio Maquenzi (voz e guitarra), Diogo Macueidi (baixo) e Marco Pecker (bateria).

Não se prendam aos numerais, mas os gaúchos do Superguidis amadureceram muito, bem além dos quatro anos desde o primeiro CD, que apresentava uma deliciosa e agressiva inocência, temperada por Pavement. A amarga sinfonia de um superstar, do ano seguinte, já anunciava mudanças, que ficam bem mais claras agora, depois de três anos rodando o país por vários festivais independentes (inclusive no exterior), além de elogios do público e crítica.

O amadurecimento impressiona. Alguns exemplos: Roger Waters é balada para todas as manhãs ensolaradas. Não fosse o bom humor é um petardo para assistir colado no palco, dando risada e balançando a cabeça. Visão além do alcance e De mudança são excelentes e merecem inúmeras audições.

Unindo a distorção da garagem com acentos pop, o Superguidis se consolida na cena independente nacional antecipando o quinto CD para o terceiro. Mas não se prendam aos numerais.

* Jornal Estado de Minas.